Só não desiste de mim

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É fácil namorar. No começo quando os encontros tem música de fundo, quando a maquiagem está sempre perfeita, o humor é sempre bom e tudo parece inquebrável. Quando o amor transborda e tem o melhor sabor que você poderia provar. 

Difícil é quando os defeitos aparecem, e às vezes eles são difíceis como o ciúme em excesso e a implicância gratuita com as coisas. Mas eu te falei que era assim e mesmo assim você quis. 

Você quis porque eu sempre tive esse brilho que você achou que não poderia conquistar e chegou a pensar que nunca me chamaria de sua. Sua, independe do que somos agora. Você quis porque meu humor era sempre bom nas nossas conversas e WhatsApps trocados na madrugada às escondidas. 

Te entendo amor, eu também te quis porque achava você um dos caras mais inteligentes que eu conheço e você realmente é, só que inteligência em excesso às vezes é chato. Eu também te quis porque adorava as suas piadas, mas agora vejo que você não tem hora para as brincadeiras. 

Eu também poderia ser mais paciente e nem parecia ser tão ciumenta assim. 

Eu sempre achei que você não tivesse essas crises de mal humor, porque comigo tudo estava bem antes. 

Eu te entendo, juro que te entendo. Eu te quis e ainda te quero, por todos esses motivos. 

Não desiste de mim. Eu não vou desistir de você. Já aprendi a dormir com você roncando e você já aprendeu que não dá pra dormir com o braço em cima do meu peito porque é pesado. Você aprendeu que eu gosto de luz acesa. Eu aprendi que você adora meu sorriso, em todos os momentos. Não desiste de mim porque é só uma fase ruim, vai passar. 

Eu e você já passamos por isso quando um nem fazia parte da vida do outro. Eu sei que vai passar, pode demorar, mas passa. É como aquele vídeo que a gente assistiu juntos uma vez “eu sei que o outono virá com suas folhas secas e dias cinzas. O inverno virá  com um frio insuportável e silencioso. O verão virá com o fogo do calor da paixão, mas a primavera sempre será a minha estação preferida, onde as flores florescem e os dias são coloridos ao seu lado…” Talvez a gente esteja no outono, ou até no inverno, mas eu espero a primavera com você. 

E quando isso acontecer, eu vou esperar de novo e de novo, porque isso é amor. 

Gabrielli Mendes

Obrigada por ser exatamente como você é!

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Eu não sei o que é, eu só sinto. Sinto toda vez que você sorri, toda vez que a gente está dormindo de conchinha e eu falo que seu braço está pesado e aí você me abraça mais forte, toda vez que eu começo a reclamar muito de alguma coisa e você vem e me beija, toda vez que a gente está assistindo algo juntos e você apoia a sua cabeça no meu ombro e fica se mexendo até eu fazer carinho, toda vez que você me irrita e logo em seguida vem me agradar, toda vez que a gente ri muito de alguma coisa idiota, toda vez que eu estou com você. 

E eu não aceitaria nada em troca dessa coisa que todo mundo chama de amor, que a gente sente, nem por um milhão de reais, uma viagem pra Disney, Paris ou New York. Eu não trocaria, por nada nesse mundo. 

Eu não sei como eu posso ter tanta certeza, mas a gente nasceu um pro outro. A gente viveu até hoje vivendo coisas que nos prepararam pra chegar até aqui e cada um ter a sua bagagem, pra que a gente pudesse viajar juntos. E a sua não é mais pesada do que a minha, apesar dos nossos erros terem sido tão diferentes. A gente errou pra acertar juntos. 

Eu sei, você sabe que é de você que eu to falando quando você estiver lendo isso, mas a verdade é que eu só quero dizer obrigada. Obrigada por ser exatamente como você é. Com seu cheiro, jeito de falar, sorriso, jeito de fazer manha, de pedir as coisas, de dar cor a minha vida, de ser gentil com todos, de ser do tipo de pessoa que todo mundo gosta, dos beijos, carinho, jeito de provocar, de amar, de ser assim, do jeitinho que você é. 

Gabrielli Mendes

Namorar perde a graça?

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Realmente namorar perde um pouco a graça, né? As sexta-feiras ficam menos emocionantes porque, no fundo, a gente sabe que não vai ter que esperar mensagem nenhuma no sofá de casa torcendo para o batom não sair ou borrar. Ele (a) vai estar lá. Com certeza vamos nos ver e, se bobear, escolher o meu lugar favorito para ir. Ou, na maioria das vezes, ficaremos em casa assistindo um filme para dar risada enquanto ficamos comendo besteira.

A gente se arruma menos sim. Sai sem maquiagem. Um pouco descabelada. E não se importa tanto com que os outros vão pensar. Afinal, isso simplesmente não interessa mais. Para algumas, por sorte, nunca interessou. Mas é que a partir do momento que a gente sabe que tem alguém que nos ama exatamente pelo que nós somos, para quê tantas máscaras? Dá para sair de rímel e ser linda sim. Ele pelo menos acha e vive repetindo isso.

Às vezes namorar pode ser perder um pouco a emoção por deixar os joguinhos de sedução e ciúmes de lado e dar lugar para os bons e velhos clássicos. Quem nunca jogou baralho com a família do namorado(a)? Truco? Domino? War? Sei lá. Alguma outra coisa, vocês realmente jogam muito juntos. Nem que seja conversa fora.

Gastamos menos tempo com coisas que duram uma noite e mais com objetos que decoram um quarto, uma sala, um lar ou uma vida. E ficamos ocupadas(os) demais construindo um futuro juntos para ter tanta emoção rotineira que perde a graça quando chega a segunda feira. Mas a maior realidade sobre namoros é que, no fundo, não somos nós quem mudamos, sim nossas prioridades.

Quando era solteira eu achava que namorar era chato. E namorando eu já pensei isso também. Uma vez senti falta daquele frio na barriga que dá quando a gente começa um primeiro encontro. Mas hoje, por algum motivo, eu vejo tudo de um modo diferente.

É que antes eu só via a graça da paixão. Aquela que deixa a gente louca. Sem dormir, comer, falar e pensar direito. Que nos cega e faz a vida parecer um filme de cinema ou seriado do Netflix. Aquela que sua mãe, sua amiga, sua prima e você conhecem bem. Mas, inevitavelmente, aquela que passa. E fico feliz em dizer isso: paixão passa. E toda sua inconstância de emoção junto com o embrulho no estômago também. Eles vão embora e, se você estiver disposta, dão lugar para o amor.

E hoje eu vejo a graça dele. Ele não vem acompanhado de tantos sms, tantos encontros e nem tantas coisas que passam junto com o final de semana. O amor é aquele te faz companhia numa segunda-feira. Que visita sua família no interior. Que te cobre antes de dormir. Que faz sua comida de vez em quando. Que divide a comida favorita e a vida com você.

O amor é aquele que chega manso, nos detalhes que só quem ama e é amado pode entender. Ele é aquele que atende o telefone só para ouvir seus problemas mesmo que não tenha a menor ideia de como te ajudar. Que faz tudo que diz a música ”Namoro bobo” mas com um sorriso no rosto bem ao contrário do que mostra no clipe. O amor é aquele que vai te amar pelo que você é, não pelo que você posta no Instagram ou qualquer rede social.

No fundo namorar perde a graça porque vira coisa séria. É que um sentimento lindo como esse realmente não pode ser levado na brincadeira. Temos a liberdade de escolher todos os dias algo diferente e escolhemos o que acreditamos ser o melhor para gente. Só por simplesmente amar e por saber que não poderia ter escolha melhor que essa. É ter a certeza mesmo sem ter certeza nenhuma. É… não saber o que dizer. Como eu não sei agora. Porque amar vai muito além do que as palavras podem dizer.

E eu espero, de verdade, que você namore alguém que ame. Se não, não vai conseguir me entender.

Autor Desconhecido

A proposta do guarda-chuva

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Segunda-feira, lamento nos pensamentos o fim do fim de semana. Tudo que é bom dura pouco. Observo o transporte público, decadente e em época de eleições é impossível não pensar o quanto somos enganados e o quanto o jatinho da “presidenta” deve ser mais confortável do que o ônibus no qual me encontro. 

Desço no mesmo ponto de sempre e pelo menos hoje o dia de trabalho está bonito, com um sol de uns vinte e cinco graus às oito da manhã. Meus pensamentos são interrompidos por uma cena de duas pessoas vendendo guarda-chuvas.
Estariam eles fazendo um chamado pela chuva que não dá as caras há muito tempo em São Paulo? Está calor, porque eu quero um guarda-chuva?
De repente uma mulher para e observa os dois vendedores, um homem e uma mulher. Imediatamente os dois começam a fazer propagandas de seus respectivos produtos e – pasmem – eles eram da mesma marca e qualidade, inclusive o preço era o mesmo. 

Os dois diziam que seus guarda-chuvas era melhores por “n” motivos, pareciam apresentar propostas do porque eles deveriam escolher seus produtos e logo me lembrei dos presidenciáveis. Um homem e uma mulher, vendendo o mesmo produto, pelo mesmo preço, tudo igual e ganhará quem conseguir convencer com melhores argumentos.

No fim o consumidor vai levar para casa a mesma coisa: Um guarda-chuva que servirá por um tempo, mas nunca aguentará uma forte tempestade e se quebrará. 

Gabrielli Menndes

Nota da autora: Este texto foi produzido para fins acadêmicos.